segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

A Parábola do Rico e Lázaro

O Rico e Lázaro é um relato de Jesus registrado apenas no Evangelho de Lucas 16:19-31. Alguns consideram essa narrativa como sendo uma das parábolas de Jesus, enquanto outros entendem que a história do rico e o mendigo é um relato verídico.

Neste texto, conheceremos a explicação sobre esse texto de Lucas e meditaremos sobre as lições importantes que podemos aprender através das palavras de Jesus sobre o rico e Lázaro.

O resumo da Parábola do Rico e Lázaro

Em certa ocasião de seu ministério, Jesus contou a história de um rico e um mendigo, também conhecida como a Parábola do Rico e Lázaro. O rico se vestia de púrpura e linho finíssimo, e vivia esplendidamente, com fartura e banquetes diários.

Havia também um mendigo, um homem que vivia de forma completamente oposta ao rico. Esse mendigo “desejava se alimentar das migalhas que caíam da mesa do rico” (Lc 19:21). Talvez por conta da condição precária em que vivia, ele era portador de uma doença de pele, e tinha seu corpo coberto de feridas, as quais os cães vinham lambê-las.

Num determinado momento, o rico e o mendigo morreram. A alma do mendigo foi amparada pelos anjos do Senhor e conduzida ao céu para estar junto de Abraão, enquanto o rico foi sepultado e sua alma foi para o Hades, onde estava em constante tormento.

Então o rico clamou a Abraão pedindo que o mendigo molhasse pelo menos a ponta do dedo na água e lhe refrescasse a língua. No entanto, Abraão lhe advertiu que isso não seria possível, e lhe fez lembrar-se do tipo de vida que ele teve enquanto estava vivo na Terra. Além do mais, Abraão também lhe informou que havia um grande abismo entre eles, de modo que o mendigo não podia ir até onde ele estava e vice e versa.

O rico também suplicou para que Abraão mandasse o mendigo à casa de seu pai para que avisasse seus irmãos sobre aquele lugar de tormento, a fim de que pudessem se arrepender e evitar ter o mesmo fim que ele estava experimentando.

Todavia, Abraão lhe respondeu que eles tinham acesso a Moisés e os profetas, ou seja, as Escrituras, e que se não ouviam os mandamentos do Senhor claramente expressos em sua Palavra, também não iriam ouvir alguém que ressuscitasse dos mortos.

O rico e Lázaro é uma parábola?

Como dissemos, existe muita discussão entre os estudiosos se a história do rico e Lázaro é realmente uma parábola. O principal ponto de discussão acontece pelo fato de Jesus ter nomeado o mendigo, no caso, Lázaro.

Essa é o único relato de Jesus registrado nos Evangelhos em que Ele atribui um nome para um dos personagens. Portanto, caso se trate de uma parábola, o rico e o Lázaro é a única parábola onde o nome de um dos personagens fictícios foi revelado.

Uma coisa que precisa ser ressaltada é que o relato do rico e Lázaro transmite ensinamentos importantíssimos independentemente de ser ou não uma parábola. Devemos nos lembrar de que as parábolas de Jesus transmitem, por meio de ilustrações, ensinamentos e princípios reais.

Digo isto porque algumas pessoas tentam anular algumas verdades fundamentais do ensino do Senhor nesse relato, como por exemplo, a realidade do inferno e a consciência após a morte, se apoiando na desculpa de que o relato é uma parábola.

Há indícios de que esse relato realmente não seja uma parábola, porém é impossível resolvermos definitivamente essa questão. Como a posição mais amplamente aceita é a de que a história do rico e Lázaro deve ser classificada como uma parábola, então neste texto iremos nos referir a ela desta maneira.

O contexto da Parábola do Rico e Lázaro

Não é possível afirmar com toda certeza a exata ocasião no ministério de Jesus em que o relato do rico e Lázaro foi contato. No entanto, podemos claramente perceber uma conexão entre essa parábola e os versículos que a precedem, incluindo a Parábola do Administrador Infiel, registrada no mesmo capítulo.

Indo ainda mais além, também podemos identificar um tipo de sequência dos ensinamentos abordados ainda no capítulo anterior (15).

No capítulo 15, encontramos advertências do Senhor Jesus sobre a atitude incorreta no trato com as pessoas, ou seja, os perdidos que eram desprezados pelos escribas e fariseus, eram muito importantes para Deus, de modo que Ele mesmo busca ativamente tais pecadores e se alegra quando um destes se arrepende. Esse é um ensino presente nas três parábolas do capítulo: Parábola da Ovelha Perdida , Parábola da Dracma Perdida e a Parábola do Filho Pródigo.

Já no capítulo 16 lemos as advertências contra o uso incorreto e pecaminoso das possessões (riquezas, bens e propriedades), de maneira que Jesus é claro ao afirmar que “não se pode servir a Deus e a Mamom” (Lc 16:). Leia mais sobre o que significa Mamom.

Com base nesse ensino é possível entendermos que a Parábola do Rico e Lázaro é um tipo de clímax do ensino de Jesus presente nestes dois capítulos, onde ele adverte, de uma só vez, sobre o uso indevido das riquezas e sobre o modo desprezível de se tratar o próximo.

O homem rico dessa parábola cometeu todos os erros descritos por Jesus nos versículos anteriores. Ele fatalmente serviu às suas riquezas e desprezou os mandamentos de Deus. Seu modo de vida era egoísta, de modo que ele era “repugnante aos olhos de Deus” (Lc 16:15).

Como os escribas e fariseus estavam ouvindo as palavras de Jesus registradas nos versículos anteriores, de maneira que questionaram Jesus por estar cercado por publicanos e pecadores e depois começaram a zombar dele diante de sua censura ao amor às posses materiais, claramente essa parábola foi direcionada a eles. Assim, a figura do rico é uma representação perfeita destes religiosos.

Explicação da Parábola do Rico e Lázaro

Creio que nesse ponto já seja possível entender, de maneira geral, o ensino principal dessa parábola. No entanto, para que a explicação fique bastante clara, vamos conhecer um pouco melhor os dois personagens citados nessa narrativa.

O rico

Jesus fornece dados suficientes para entendermos que aquele homem era muito rico. Ele se vestia de “púrpura e linho fino”. Essa tintura púrpura era bastante cara, e era obtida de um molusco. Uma túnica de púrpura era um traje digno de realeza.

Embaixo da túnica de púrpura ele usava linho fino. Além das roupas, aquele homem vivia uma vida de ostentação, participando de festas e banquetes diários, e não se importava nenhum pouco com a condição de seu próximo. Aquele homem era o egoísmo em pessoa.

Quando ele morreu, Jesus mencionou seu sepultamento. Aqui devemos entender como uma referência a um funeral propício a toda ostentação que aquele homem esbanjou em vida. Ele viveu de forma luxuosa, e sem dúvida seu sepultamento fez jus a sua importância.

Apesar de toda sua riqueza, curiosamente não sabemos seu nome. Jesus não se preocupou em nos informar esse detalhe. Para nosso Mestre, o nome do rico não tinha qualquer importância. Por outro lado, o nome do mendigo que desejava comer as migalhas de sua mesa ficou marcado na História: Lázaro. Jesus se preocupou em revelar o nome daquele pobre homem.

Após a morte, o rico foi para um lugar de tormento. A palavra que aparece originalmente é o grego Hades. Esse termo possui diferentes significados que dependem do contexto. Neste caso específico, a tradução correta é inferno, ou seja, o inferno em seu estado intermediário, um lugar de tormento onde a alma do ímpio é atormentada enquanto aguarda a ressurreição do corpo para, após o juízo final, ser lançado no lago de fogo, isto é, o inferno em seu estado final.

O comportamento do ímpio no inferno é bastante interessante. Completamente atormentado, ele pediu para que Abraão fizesse com que Lázaro molhasse o dedo na água e colocasse em sua língua. Depois ele também pediu para que Abraão mandasse Lázaro à casa de seu pai para fazer com que seus cinco irmãos se arrependessem.

Você consegue perceber que mesmo após a morte o rico continuou com seu comportamento egoísta? Você percebe que ele continuava tratando Lázaro como um servo, um garoto de recado?

Outra coisa interessante é que o rico sabia muito bem quem era Lázaro. Ele admite conhecer pelo nome o mendigo que ficava jogado à sua porta esperando por compaixão. Suas palavras no além apenas confirmaram o quanto ele negligenciou a Palavra de Deus. Ele não amou a Deus sobre todas as coisas, muito menos seu próximo como a si mesmo.

Lázaro, o mendigo

Lázaro é um nome latino que deriva do grego Lazaros, que, por sua vez, é uma transliteração do nome hebraico Eleazar, que significa “Deus tem socorrido” ou “Deus ajuda”. Se caso esse relato realmente for uma parábola, então existe a possibilidade de Jesus ter utilizado esse nome justamente para indicar que aquele mendigo, mesmo com todos os problemas e provações que enfrentou durante a vida, tinha depositado toda sua confiança em Deus.

Lázaro morreu, e diferente do rico, nada é dito sobre seu sepultamento. No entanto, se ele não recebeu nenhuma honra terrena, nem mesmo de maneira póstuma. Todavia, algo muito mais importante e glorioso do que isto é dito sobre sua alma: Lázaro foi levado pelos anjos para estar na companhia de Abraão no Paraíso.

Note o contraste impressionante: o mendigo que aqui na terra desejava comer migalhas e tinha por companhia os cães de lambiam suas feridas, agora estava no céu, reclinado à mesa celestial juntamente com Abraão (cf. Mt 8:11).

Algumas pessoas erroneamente entendem que a expressão “seio de Abraão” designa um lugar temporário onde os santos esperam a ressurreição de seus corpos. Na verdade esse conceito não existe nas Escrituras, e essa expressão apenas faz referência ao favor especial alcançado por aquele mendigo que, enquanto na terra era rejeitado, no céu estava junto de Abraão, reclinado sobre ele, assim como o apóstolo João também fazia com Jesus (Jo 13:25).

Também devemos ressaltar que Abraão é considerado na Bíblia como o grande patriarca do povo judeu, mas também é considerado como o pai de todos os redimidos que creem em Jesus (Rm 4:11).

Outra coisa interessante é o fato de que no relato, Lázaro não pronuncia uma única palavra, nem enquanto estava vivo, nem mesmo após a morte. Diferente do rico, Lázaro em nenhum momento precisa tentar se auto-justificar.

Lições da Parábola do Rico e Lázaro

São muitas as lições que podemos tomar desse relato sobre o rico e Lázaro. Antes, precisamos enfatizar que o ensino principal dessa parábola é a advertência contra a avareza e a verdade de que as riquezas terrenas de nada valerão na eternidade, além de um convite ao arrependimento enquanto ainda há tempo, ou seja, após a morte nada mais poderá ser feito.

Estabelecido esse ensino principal, agora podemos pontuar alguns pontos derivados desse princípio:

1. O problema não é ser rico: não existe nenhuma passagem bíblica que ensina que é pecado ser rico. O que a Palavra de Deus condena é o amor ao dinheiro, ou seja, não se pode servir a Deus e as riquezas. Muitos personagens bíblicos foram ricos, como por exemplo, José de Arimateia, um homem que viveu nos dias de Jesus. O ensino bíblico é de que alguém é verdadeiramente rico quando compartilha suas bênçãos materiais e espirituais com os necessitados.

2. A auto-justificação não pode livrar ninguém: como vimos, essa parábola foi direcionada aos fariseus, pessoas que achavam que poderiam se apoiar na justiça própria. Eles chamavam Abraão de pai, assim como o rico, e pensavam que por sua linhagem tinham um lugar garantido no Paraíso. A Palavra de Deus nos revela que é somente através da justificação pela fé em Jesus Cristo que poderemos desfrutar da bem-aventurança eterna (Rm 5:1)

3. Após a morte, nada mais poderá ser feito: mesmo que o relato do rico e Lázaro for identificado como sendo uma parábola, não podemos negar, de forma alguma, que verdades definitivas acerca da vida por vir são reveladas muito claramente.

Esse texto nos ensina que não existe qualquer possibilidade de comunicação entre vivos e mortos, nem mesmo que é possível alterar a condição de condenação eterna após a morte, ou seja, a condição de bem-aventurança, como a de Lázaro, ou a de condenação, como a do rico, está fixada para sempre. A oportunidade de vivermos uma vida de acordo com a vontade de Deus deve ser aproveitada agora.

4. O sofrimento é eterno e sem alívio: o ensino que a morte é um sono, e que a pessoa fica completamente inconsciente não encontra sustentação bíblica. Esse ensino se equivale de interpretações equivocadas de algumas passagens do Antigo Testamento. Na Parábola do Rico e Lázaro Jesus deixou muito claro que os que já partiram estão plenamente acordados e conscientes, alguns salvos e outros sofrendo, enquanto aguardam o dia do juízo.

5. A salvação é uma obra inteiramente divina: se Espírito Santo não regenerar o pecador, nem mesmo o maior dos milagres poderá fazer com que ele se convença de seu pecado. O rico pediu para que Abraão envia-se Lázaro, e depois qualquer um dos mortos, para que fosse ter com seus irmãos para que estes pudessem se converter.

É claro que o rico mais uma vez estava completamente equivocado. O Evangelho de João nos fala de outro Lázaro, aquele que ressuscitou dos mortos, e o resultado dessa ressurreição não foi a conversão dos incrédulos, ao contrário, eles começaram a planejar a morte do próprio Lázaro que acabará de ser ressuscitado (Jo 11).

Por fim, a própria ressurreição de Jesus nos mostra que, se Deus não chamar soberanamente o pecador em sua graça, nunca tal pecador será salvo, ainda que alguém ressuscite dentre os mortos. O homem, morto em delitos e pecados, jamais abandona sua obstinação em ser inimigo da Palavra de Deus.

O rico, mesmo após a morte, não demonstrou arrependimento. Ele apenas lamentou seu sofrimento, mas em nenhum momento indicou que compreendeu os mandamentos do Senhor. Seu caráter continuou o mesmo, ele enxergou Lázaro como um simples servo, tentou se aproveitar de sua condição de descendente de Abraão ao chamá-lo de “pai”, e ainda pensou que, até mesmo na eternidade, seus caprichos poderiam ser atendidos.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

PORQUE DEVEMOS ESTUDAR O ANTIGO TESTAMENTO?

A Bíblia é uma revelação progressiva. Se você pular a primeira metade de qualquer bom livro e tentar terminá-lo, você vai ter dificuldade de entender seus personagens, o enredo e o final. Da mesma forma, o Novo Testamento só pode ser completamente entendido quando é visto como o cumprimento dos eventos, personagens, leis, sistema de sacrifício, alianças e promessas do Antigo Testamento. Se apenas tivéssemos o Novo Testamento, iríamos ler os evangelhos sem saber por que os judeus estavam esperando pelo Messias (Um Rei Salvador). Sem o Antigo Testamento, não entenderíamos por que esse Messias estava vindo (veja Isaías 53), e não poderíamos ter identificado Jesus de Nazaré como o Messias através das várias profecias detalhadas que foram dadas a Seu respeito, por exemplo: Seu lugar de nascimento (Miqueias 5:2); Sua forma de morrer (Salmos 22, principalmente versículos 1,7-8, 14-18; Salmos 69:21, etc.), Sua ressurreição (Salmos 16:10) e muitos outros detalhes de Seu ministério (Isaías 52:13; 9:2, etc.).

Sem o Antigo Testamento, não entenderíamos os costumes judaicos que são mencionados no Novo Testamento. Não entenderíamos as distorções que os fariseus tinham feito à lei de Deus por acrescentarem as suas tradições. Não entenderíamos por que Jesus estava tão transtornado ao purificar o Templo. Não entenderíamos que podemos usar a mesma sabedoria que Cristo usou em Suas muitas respostas aos Seus adversários (humanos e demoníacos).

Sem o Antigo Testamento, deixaríamos de entender várias profecias detalhadas que só podiam se tornar verdade se a Bíblia realmente fosse a Palavra de Deus, não dos homens (veja os profetas maiores e menores, tais como Daniel 7 e os capítulos seguintes). Essas profecias dão detalhes específicos sobre a ascensão e queda de nações, como iriam cair, se ascenderão de novo, quais poderes seriam os próximos a emergir, quem seriam os principais personagens (Ciro, Alexandre o Grande, etc.) e o que aconteceria com os seus reinos quando morressem. Essas profecias detalhadas são tão exatas que céticos acreditam que só podem ter sido escritas depois do ocorrido.

O Antigo Testamento contém várias lições através das vidas de seus personagens falíveis que possuíam a mesma natureza que possuímos hoje. Ao observar suas vidas, podemos nos encorajar a confiar em Deus não importando a situação (Daniel 3) e a não ceder nas coisas pequenas (Daniel 1), para que possamos ser fiéis depois nas grandes coisas (Daniel 6). Podemos aprender que é melhor confessar nossos pecados com sinceridade logo, ao invés de botar a culpa em outra pessoa (1 Samuel 15). Podemos aprender a não brincar com o pecado, pois o pecado vai nos descobrir e a sua mordida é fatal (veja Juízes 13-16). Podemos aprender que precisamos confiar e obedecer a Deus se almejarmos experimentar da Sua "terra prometida" ainda nessa vida e do Seu Paraíso na vida futura (Números 13). Aprendemos que se contemplarmos o pecado, estamos apenas nos preparando para cometê-lo (Gênesis 3; Josué 6-7). Aprendemos que nosso pecado tem consequências não só para nós mesmos, mas para aqueles ao nosso redor que amamos tanto. Da mesma forma, o nosso bom comportamento tem recompensa para nós e para os que estão ao nosso redor também (Gênesis 3; Êxodo 20:5-6).

O Antigo Testamento também contém grandes quantidades de sabedoria que o Novo Testamento não tem. Muitas dessas estão escritas nos livros de Salmos e Provérbios. Esses ensinos de sabedoria revelam como posso ser mais sábio do que meus mestres, qual o resultado de vários pecados (é sempre bom poder ver o anzol que a isca está escondendo) e quais realizações o mundo tem a oferecer (nenhuma!). Como posso perceber se sou um tolo (tolo moral, quer dizer)? Como posso acabar afastando pessoas sem ser esse o meu objetivo? Como posso abrir as portas para o sucesso duradouro? Como posso achar sentido para a minha vida? Novamente, tem tanta coisa nesses livros só esperando ser descoberta por aqueles que realmente querem aprender.

Sem o Antigo Testamento, não teríamos nenhuma base para nos guardar contra os erros das perversões politicamente corretas da nossa sociedade, na qual a evolução é vista como sendo a criadora de todas as espécies durante um período de milhões de anos (ao invés de ser o resultado de uma criação especial de Deus em seis dias literais). Nós acreditaríamos na mentira de que casamentos e famílias são estruturas em evolução que devem continuar a mudar com a sociedade (ao invés de serem vistos como um plano de Deus cujo propósito é criar filhos que O seguem e proteger aqueles que seriam usados e abusados se não estivessem em tal estrutura –frequentemente mulheres e crianças).

Sem o Antigo Testamento, não entenderíamos as promessas que Deus ainda vai cumprir à nação israelita. Como resultado, não veríamos propriamente que o período de Tribulação é um período de sete anos no qual Ele vai estar trabalhando especificamente com a nação de Israel por ter rejeitado a Sua primeira vinda, mas que vai recebê-lO na Sua segunda vinda. Não entenderíamos como o reino futuro de Cristo de 1000 anos se encaixa com as promessas aos judeus, nem como os gentios vão fazer parte também. Também não veríamos como o final da Bíblia conecta tudo o que estava solto no começo da Bíblia, restaurando o paraíso que Deus originalmente criou esse mundo para ser, no qual teríamos um relacionamento íntimo e pessoal com Ele no Jardim do Éden.

Em resumo, o Antigo Testamento é um espelho que permite que nos vejamos nas vidas dos seus personagens e nos ajuda a aprender de forma indireta com os seus exemplos. Explica tantas coisas sobre quem Deus é, as maravilhas que tem criado e a salvação que tem providenciado. Conforta aqueles que estão passando por perseguição ou problemas (especialmente o livro de Salmos). Revela através de tantas profecias cumpridas por que a Bíblia é um livro tão sem igual entre os outros livros santos – só ela é capaz de demonstrar o que clama ser: a Palavra inspirada de Deus. Revela muita coisa sobre Cristo página após página dos seus manuscritos. Contém muita sabedoria que vai além do que o Novo Testamento cita ou a que se refere. Em resumo, se você ainda não se aventurou profundamente nas suas páginas, então está perdendo muito do que Deus lhe tem disponibilizado. Ao ler o Antigo Testamento, haverá muito que você não entende de imediato, mas haverá muito mais que você vai entender e aprender. Ao continuar estudando as suas páginas, pedindo a Deus que o ensine ainda mais, a sua escavação vai lhe recompensar com grandes tesouros!

ANTIGO TESTAMENTO/RESUMO HISTÓRICO

No início, Deus já estava lá. Para o Seu próprio prazer, Deus criou o tempo e o universo pelo poder de Sua palavra, transformando nada em algo. No sexto dia da criação, Deus fez algo único: a humanidade - um homem e uma mulher- criada à Sua semelhança. Ao criar os dois primeiros seres humanos como macho e fêmea, Deus instituiu a aliança do casamento (Gênesis 1-2).

Deus colocou o homem e sua esposa no Jardim do Éden, um ambiente perfeito, e deu-lhes a responsabilidade de cuidar do jardim. Deus permitiu-lhes comer de qualquer fruta lá encontrada, exceto de uma: da árvore do conhecimento do bem e do mal. Eles tinham uma escolha de obedecer ou desobedecer, mas Deus lhes advertiu que a morte resultaria se desobedecessem (Gênesis 2:15-17).

Enquanto isso, um poderoso anjo chamado Lúcifer se rebelou contra Deus no céu. Ele e um terço dos seres angelicais foram expulsos do céu. Lúcifer entrou no jardim onde o homem e sua esposa estavam. Lá, ele tomou a forma de uma serpente e tentou Eva, a primeira mulher, a desobedecer a Deus ao comer o fruto proibido. Ele disse que ela não iria morrer e que o fruto, na verdade, seria bom pra ela. Eva acreditou nas mentiras e comeu do fruto. Em seguida, deu o fruto a seu marido, Adão, e ele comeu também. Imediatamente o casal soube que tinha errado. Sentiram-se envergonhados, vulneráveis e expostos. Quando Deus veio procurá-los, se esconderam (Isaías 14:12-15; Gênesis 3).

É claro que Deus os encontrou. Julgamento foi dispensado. O solo foi amaldiçoado por causa do homem: não mais daria fruto com facilidade; em vez disso, o homem tinha que trabalhar duro para produzir uma colheita. A mulher foi amaldiçoada com a dor durante o parto. A serpente foi amaldiçoada para rastejar no pó a partir de então. E então Deus fez uma promessa: um dia, Alguém nasceria de uma mulher para batalhar contra a Serpente. Esse enviado iria esmagar a cabeça da serpente, embora ficasse ferido no processo. Deus então abateu um animal e forneceu revestimentos de pele para o casal pecaminoso bem antes de serem expulsos do Éden (Gênesis 3:15-19, 21).

A luta entre o bem e o mal continuou na família do primeiro casal. Um de seus filhos, Caim, matou seu irmão, Abel, e foi amaldiçoado por seu ato. Um outro filho nasceu à primeira mulher. Seu nome era Sete (Gênesis 4:8, 25).

Várias gerações depois, o mundo estava cheio de maldade. Violência e desrespeito para com Deus eram predominantes. Deus resolveu destruir a maldade do homem e começar novamente. Um homem chamado Noé, um dos descendentes de Sete, foi escolhido para receber a Sua graça (bênção divina sobre os que não merecem). Deus revelou a Noé que enviaria um grande dilúvio para destruir a terra, e deu-lhe instruções para construir uma arca a fim de sobreviver ao dilúvio. Noé construiu a arca, e quando chegou a hora, Deus fez com que animais de cada espécie entrassem nela. Estes animais, juntamente com Noé e sua família, foram poupados. Esse dilúvio destruiu todos os outros seres vivos sobre a terra (Gênesis 6-8).

Depois do Dilúvio, Noé e sua família começaram a repovoar a terra. Quando seus descendentes começaram a construir um monumento a si mesmos em desafio a Deus, Ele confundiu a sua linguagem. Os habitantes da terra se separaram de acordo com os seus grupos de línguas e espalharam-se sobre a face da terra (Gênesis 11:1-8).

Chegou o momento para Deus começar o Seu plano de apresentar o destruidor da Serpente ao mundo. O primeiro passo foi criar um povo separado para Si mesmo. Ele escolheu um homem chamado Abraão e sua esposa, Sara, para começarem uma nova raça de pessoas. Deus chamou Abraão para deixar para trás o seu lar e levou-o para a terra de Canaã. Deus prometeu a Abraão inúmeros descendentes que possuiriam Canaã. Deus também prometeu abençoar a semente de Abraão e, através de sua descendência, também abençoar todas as nações da terra. O problema era que Abraão e Sara eram já velhos, e Sara era estéril. No entanto, Abraão acreditou na promessa de Deus, e Deus contou a sua fé como justiça (Gênesis 12:1-4; 15:6).

No devido tempo, Deus abençoou Abraão e Sara com um filho, Isaque. Deus repetiu a Sua promessa de muitos descendentes e bênçãos para Isaque. Isaque teve gêmeos, Esaú e Jacó. Deus escolheu Jacó para herdar a bênção prometida e mudou o seu nome para Israel. Jacó/Israel teve doze filhos, os quais se tornaram os chefes das doze tribos de Israel (Gênesis 21:1-6; 25:19-26; 28:10-15; 35:23-26).

Devido a uma grande fome, Jacó mudou toda a sua família de Canaã ao Egito. Antes de morrer, Jacó deu bênçãos proféticas a cada um dos seus filhos. A Judá, ele prometeu que haveria um rei entre os seus descendentes – Um que seria honrado por todas as nações do mundo. A família de Jacó aumentou no Egito, e permaneceram lá durante os próximos 400 anos. Em seguida, o rei do Egito, temendo que os filhos de Israel se tornariam demasiadamente numerosos, os escravizou. Deus ergueu um profeta chamado Moisés, da tribo de Levi, para guiar os israelitas para fora do Egito e de volta à terra que havia sido prometida a Abraão (Gênesis 46; 49; Êxodo 1:8-14; 3:7 -10).

O êxodo do Egito foi acompanhado por muitos grandes milagres, inclusive a divisão do Mar Vermelho. Quando em segurança longe do Egito, os filhos de Israel se acamparam no Monte Sinai, onde Deus deu a Moisés a Lei. Esta Lei, resumida nos Dez Mandamentos, foi a base de uma aliança que Deus fez com Israel: se guardassem os Seus mandamentos, seriam abençoados, mas se quebrassem os Seus mandamentos, sofreriam maldições. Israel concordou em seguir a Lei de Deus (Êxodo 7-11; 14:21-22; 19-20).

Além de estabelecer um código moral, a Lei definiu o papel do sacerdote e prescreveu a oferta de sacrifícios para expiar o pecado. A expiação só poderia ser feita pelo derramamento do sangue de um sacrifício impecável. A Lei também detalhou como construir o tabernáculo santo, ou tenda, onde a presença de Deus habitaria e onde Ele se encontraria com o Seu povo (Levítico 1; Êxodo 25:8-9).

Depois de receber a Lei, Moisés conduziu os israelitas à fronteira da Terra Prometida. No entanto, as pessoas, temendo os habitantes bélicos de Canaã e duvidando das promessas de Deus, se recusaram a entrar. Como castigo, Deus os levou de volta para o deserto, onde foram forçados a vagar por 40 anos. Em Sua graça, Deus milagrosamente forneceu comida e água para toda a multidão (Números 14:1-4, 34-35; Êxodo 16:35).

No final de 40 anos, Moisés morreu. Uma de suas últimas profecias se referiu à vinda de um outro profeta que seria como Moisés e a quem o povo deveria escutar. O sucessor de Moisés, Josué, foi usado por Deus para conduzir o povo de Israel para a Terra Prometida. Eles foram com a promessa de Deus de que nenhum dos seus inimigos seria capaz de lhes resistir. Deus mostrou o Seu poder em Jericó, a primeira cidade que encontraram, quando fez com que os muros da cidade caíssem por completo. Em Sua graça e misericórdia, por causa de sua fé, Deus poupou uma prostituta chamada Raabe da destruição de Jericó (Deuteronômio 18:15; Josué 6).

Ao longo dos próximos anos, Josué e os israelitas conseguiram expulsar a maioria dos cananeus, e a terra foi dividida entre as doze tribos. No entanto, a conquista da terra estava incompleta. Através de uma falta de fé e desobediência simples, eles deixaram de terminar o trabalho e pequenos grupos de cananeus permaneceram. Estas influências pagãs tiveram um efeito negativo sobre os israelitas, que começaram a adotar a adoração de ídolos, em violação direta da Lei de Deus (Josué 15:63; 16:10; 18:1).

Após a morte de Josué, os israelitas passaram por uma fase tumultuada. A nação iria cair em idolatria, e Deus traria julgamento na forma de escravidão a um inimigo. O povo de Deus se arrependeria e invocaria a ajuda do Senhor. Deus, então, levantaria um juiz para destruir os ídolos, reunir as pessoas e derrotar o inimigo. Paz iria durar por um tempo, mas, depois da morte do juiz, as pessoas invariavelmente voltavam à idolatria, e o ciclo se repetiria (Juízes 17:6).

O último juiz foi Samuel, que também era um profeta. Durante o seu tempo, Israel exigiu um rei para governá-los, a fim de ser como as outras nações. Deus concedeu o seu pedido, e Samuel ungiu Saul como o primeiro rei de Israel. No entanto, Saul foi uma decepção. Ele desobedeceu a Deus e foi removido do poder. Deus escolheu Davi, da tribo de Judá, para suceder Saul como rei. Deus prometeu a Davi que ele teria um descendente que reinaria no trono para sempre (1 Samuel 8:5; 15:1, 26; 1 Crônicas 17:11-14).

Salomão, um filho de Davi, reinou em Jerusalém após a morte de seu pai. Durante o reinado do filho de Salomão, uma guerra civil aconteceu e o reino foi dividido: o reino do norte foi chamado Israel, e o reino do sul foi chamado Judá. A dinastia davídica reinou em Judá (1 Reis 2:1; 12).

O reino de Israel teve uma série ininterrupta de reis ímpios. Nenhum deles buscou o Senhor ou tentou conduzir a nação de acordo com a Lei de Deus. Deus enviou profetas para adverti-los, inclusive o milagroso Elias e Eliseu, mas os reis persistiram em sua maldade. Finalmente, Deus trouxe a nação assíria a Israel como julgamento. Os assírios deportaram a maioria dos israelitas, o que marcou o fim do reino do norte (1 Reis 17:1; 2 Reis 2;17).

O reino de Judá teve sua cota de reis maus, mas a cadeia era de vez em quando quebrada por um piedoso rei que realmente amava o Senhor e procurava governar de acordo com a Lei. Deus foi fiel a sua promessa e sempre abençoou as pessoas que seguiam os Seus mandamentos. A nação foi preservada durante a invasão assíria e suportou muitas outras ameaças. Durante este tempo, o profeta Isaías pregou contra os pecados de Judá e previu a invasão babilônica. Isaías também previu a vinda do Servo do Senhor – o qual sofreria pelos pecados de Seu povo, seria glorificado e se sentaria no trono de Davi. O profeta Miqueias previu que o Prometido nasceria em Belém (Isaías 37; 53:5; Miqueias 5:2).

Eventualmente, a nação de Judá também caiu em grande idolatria. Como julgamento, Deus trouxe a nação de Babilônia contra Judá. O profeta Jeremias passou pela queda de Jerusalém e previu que os judeus cativos na Babilônia iriam retornar à Terra Prometida depois de 70 anos. Jeremias também profetizou uma futura aliança em que a Lei não seria escrita em tábuas de pedra, mas nos corações do povo de Deus. Esta nova aliança resultaria em Deus perdoando pecados (2 Reis 25:8-10; Jeremias 29:10; 31:31-34).

O cativeiro babilônico durou 70 anos. Os profetas Daniel e Ezequiel ministraram durante esse tempo. Daniel previu a ascensão e queda de muitas nações. Ele também previu a vinda do Messias, ou Escolhido, que seria morto para o bem dos outros (Daniel 2:36-45; 9:26).

Depois que Babilônia caiu aos persas, os judeus foram liberados para retornarem a Judá. Muitos judeus voltaram para casa para reconstruir Jerusalém e o templo. Neemias e Esdras guiaram esses esforços, com o encorajamento dos profetas Ageu e Zacarias. Uma das profecias de Zacarias incluía uma descrição de um futuro rei que viria a Jerusalém humildemente, montado num jumento (Neemias 6:15-16; Ezra 6:14-15; Zacarias 9:9).

No entanto, nem todos os judeus retornaram a Judá. Muitos escolheram ficar na Pérsia, onde Deus ainda cuidava deles. Uma judia chamada Ester ascendeu ao posto de rainha da Pérsia e foi fundamental para salvar a vida de todos os judeus no reino (Ester 8:1).

Malaquias escreveu o último livro do Antigo Testamento. Ele profetizou que o Senhor viria ao Seu templo, mas, antes de Sua chegada, um outro mensageiro prepararia o caminho para o Senhor. Este mensageiro seria como o antigo profeta Elias. Após a profecia de Malaquias, mais de 400 anos se passaram até que Deus falasse diretamente com o homem (Malaquias 3:1; 4:5).

O Antigo Testamento é a história do plano de Deus para trazer a redenção ao homem. No final do Antigo Testamento, Deus tinha um povo especial e escolhido que compreendia a importância de sacrifícios de sangue, que acreditavam nas promessas feitas a Abraão e Davi, e que estavam aguardando um Redentor. Em suma, estavam prontos para receber o destruidor da Serpente, o profeta como Moisés, o servo sofredor de Isaías, o Filho de Davi, o Messias de Daniel e o Rei humilde de Zacarias - todos a serem encontrados em uma pessoa, Jesus Cristo.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

História do Cristianismo – O Início da Igreja

A igreja começou 40 dias depois da ressurreição de Jesus (35 D.C.). Jesus tinha prometido que iria construir a Sua igreja (Mateus 16:18), e com a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes (Atos 2:1-4), a Igreja – ekklesia (a “assembleia convocada”) - começou oficialmente. Três mil pessoas responderam ao sermão de Pedro naquele dia e escolheram seguir a Cristo.

Os novo convertidos ao Cristianismo eram judeus ou prosélitos ao Judaísmo, e a igreja era localizada em Jerusalém. Por causa disso, o Cristianismo foi visto de primeira como um culto, parecido com os fariseus, saduceus e essênios. No entanto, a pregação dos apóstolos era completamente diferente dos ensinamentos dos outros grupos judeus. Jesus era o Messias judeu (o Rei ungido) que tinha vindo cumprir a Lei (Mateus 5:17) e instituir a Nova Aliança baseada em Sua morte (Marcos 14:24). Essa mensagem, com a acusação de que eles tinham assassinado o seu próprio Messias, enfureceu muitos líderes judeus, e alguns, como Paulo de Tarso, fizeram algo para exterminar “o Caminho” (Atos 9:1-2).

É certo dizer que o Cristianismo tem suas raízes no Judaísmo. O Antigo Testamento preparou a fundação para o Novo, e é impossível compreender totalmente o Cristianismo sem um conhecimento básico do Antigo Testamento (veja os livros de Mateus e Hebreus). O Antigo Testamento explica a necessidade de um Messias, contém a história do Seu povo e prediz a Sua vinda. O Novo Testamento, então, é sobre a vinda desse Messias e o Seu trabalho para nos salvar dos nossos pecados. Em Sua vida, Jesus cumpriu mais de 300 profecias específicas, provando que Ele era o Messias antecipado no Antigo Testamento.

Em mais ou menos 70 D.C., Jerusalém foi destruída, os livros do Novo Testamento foram completados e começaram a circular pelas igrejas. Pelos próximos 240 anos, os Cristãos foram perseguidos por Roma – às vezes aleatoriamente, às vezes por decreto do governo.

História do Cristianismo – A Ascensão da Igreja Romana
Então, em 312 D.C., o Imperador Romano Constantino clamou ter se convertido. Mais ou menos 70 anos depois, durante o reino de Teodósio, o Cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano. Bispos passaram a ocupar posições de honra no governo, e em mais ou menos 400 D.C., os termos Romano e Cristão eram praticamente sinônimos.

Através dos próximos séculos, vários conselhos se reuniram na tentativa de determinar a doutrina oficial da igreja, criticar os abusos por parte dos clérigos, e fazer um acordo entre os partidos que estavam lutando entre si. Quando o Império Romano ficou mais fraco, a Igreja se tornou mais poderosa, e muitas discórdias passaram a acontecer entre as igrejas do Ocidente e as do Oriente. A Igreja Ocidental (Latina), localizada em Roma, clamava autoridade apostólica sobre todas as outras igrejas. O bispo de Roma tinha até começado a se chamar de “Papa” (o Pai). A Igreja Oriental (grega), localizada em Constantinopla, não aceitou isso muito bem. Divisões teológicas, políticas, procedimentais e linguísticas contribuíram para o Grande Cisma do Oriente em 1054, no qual a Igreja Católica Romana (“Universal”) e a Igreja Ortodoxa excomungaram uma à outra e quebraram todos os laços.

História do Cristianismo – A Idade Média
Durante a Idade Média na Europa, a Igreja Católica Romana continuou a ter poder, com os papas clamando autoridade sobre todas as áreas da vida e vivendo como reis. Corrupção e avareza na liderança da igreja eram muito comuns. De 1095 a 1204, os papas endorsaram uma série de cruzadas sangrentas e caras na tentativa de repelir avanços muçulmanos e de libertar Jerusalém.

História do Cristianismo – A Reforma
Com o passar dos anos, várias pessoas tentaram chamar a atenção aos abusos teológicos, políticos e de direitos humanos da Igreja Romana. Todos tinham sido silenciados de uma forma ou outra. No entanto, em 1517, um monge alemão chamado Martinho Lutero confrontou a Igreja, e todo mundo escutou. Com Lutero veio a Reforma Protestante, e a Idade Média chegou ao fim.

História do Cristianismo – A Era de Missões
De 1790 a 1900, a Igreja mostrou um interesse sem precedente em trabalho missionário. A colonização tinha aberto os olhos à necessidade para missões, e a industrialização tinha providenciado dinheiro suficiente para as pessoas sustentarem missionários. Missionários foram enviados ao mundo todo para pregar o evangelho, e muitas igrejas foram estabelecidas.

História do Cristianismo – A Igreja Moderna
Hoje, a igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa têm seguido certos passos para consertar o relacionamento quebrado, assim como os Católicos e Luteranos. A igreja evangélica é fortemente independente e firmada na teologia reformada. A Igreja também tem visto a ascensão do pentecostalismo, do movimento carismático, do ecumênico e de vários cultos.

História do Cristianismo – O que aprendemos da nossa História
Se não aprendermos nada mais da História de Igreja, devemos pelo menos reconhecer a importância de que a “palavra de Cristo habite em vós abundantemente” (Colossenses 3:16). Cada um de nós é responsável por conhecer as Escrituras e por viver de acordo com o que ela ensina. Quando a igreja esquece o que a Bíblia ensina e ignora o que Jesus ensinou, caos reina.

Há muitas igrejas hoje, mas apenas um evangelho, a “fé que uma vez foi dada aos santos” (Judas 3). Que sejamos cuidadosos em preservar essa fé e passá-la adiante sem qualquer alteração, e que o Senhor continue a cumprir a Sua promessa de estabelecer a Sua Igreja.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O que a Bíblia diz a respeito do carnaval?

Todos os anos em nosso país são festejados o carnaval, onde todos podem participar das folias com trios elétricos, desfiles, etc…
E você, amigo leitor, sabe o que significa a palavra carnaval? Carnaval ou folia quer dizer divertimento da carne, bagunça da carne, prazer da carne, farra, loucura, etc.

Carnavale – Vocábulo italiano, que significa “adeus à carne”, é festa de muita alegria, folia e orgia.

A comemoração do carnaval é de origem pagã. Desde tempos imemoriais no Egito antigo, no outono, realizava-se a festa do boi Apis – animal sagrado. Escolhia-se o boi mais belo e todo branco o qual era pintado com várias cores. O boi era conduzido pelas ruas, e levado até o Rio Nilo, onde era afogado. Em procissão, sacerdotes, magistrados, homens, mulheres e crianças fantasiadas grotescamente, iam atrás dele dançando, cantando, em promiscuidade até seu afogamento. Com as conquistas da Grécia e de Roma, a festa foi transportada para outros países, sob outras formas e denominações. Na Grécia tomou o nome de Dionísio e em Roma, Bacanal em homenagem ao deus do vinho Baco. Nessas comemorações se fechavam todos os estabelecimentos comercias, e se abriam todos os lugares de divertimentos, onde a devassidão, a orgia e os prazeres sensuais eram inomináveis.

Com o advento do cristianismo, as festas pagãs se arrefeceram, mas na idade Média, sob a tolerância da Igreja dominante, recrudescera entre os povos de educação latina sob a única denominação de carnaval. No Brasil, com a miscigenação cultural afro-brasileira e com rituais diferentes, o carnaval empolga multidões e é atração turística.

O carnaval é festa religiosa, que veio do paganismo antigo, dedicado a Momo – deus da zombaria, do sarcasmo, da pândega e que está ligada à quaresma – período de abstinência e jejum, que termina com a semana santa.

O cristão deve se conduzir pelas determinações bíblicas. Momo é Satanás dissimulado. Jesus em Sua quaresma de jejum e oração repeliu o falso deus dizendo: “Retira-te Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele darás culto” (Mt 4.10). O Salmo 115.1-8 afirma que quem adora um Deus morto se torna espiritualmente semelhante a ele. Momo é deus morto, cuja falsa duração é de três dias, cultuado pelos foliões, e que conforme a mitologia foi expulso do Olimpo, para ser na terra o rei dos loucos.

A história do carnaval começa há mais de 4 mil anos antes de Cristo, com festas promovidas no antigo Egito, como as festas de culto a Ísis. Eram principalmente eventos relacionados a acontecimentos religiosos e rituais agrários, na época da colheita de grandes safras. Desde essa época as pessoas já pintavam os rostos, dançavam e bebiam. Há também indícios que o carnaval tem origem em festas pagãs e rituais de orgia. Em Roma, as raízes desse acontecimento estão ligados a danças em homenagem ao deus Pã e Baco, eram chamadas Lupercais e Bacanais ou Dionísicas. Com o advento da Era Cristã, a Igreja Católica começou a tentar conter os excessos do povo nestas festas pagãs e uma solução encontrada foi a inclusão do período momesco no calendário religioso. Antecedendo a Quaresma, o carnaval ficou sendo a festa que termina em Penitência na quarta-feira de cinzas.

O carnaval consegue abranger a maioria das obras da carne e nenhum Fruto do Espírito.

Desde as mais antigas eras, os povos dos mais bárbaros aos mais civilizados, sempre dedicaram um certo período do ano a manifestações de efêmera, mas desenfreada loucura. Disso surgiu o carnaval.

O carnaval promove desfiles suntuosos e arrebata multidões para as ruas, percorrem as principais avenidas atrás de um Trio Elétrico ou dentro de um clube, extravasando suas emoções e suas paixões carnais, promovendo comilanças, extravagâncias, sensualidade, erotismo, exibicionismo e culto ao corpo, liberalidade sexual (orgias = sexo desenfreado, sem compromisso, sem culpa e sem pudor), uso desenfreado de álcool e demais drogas (cocaína, êxtase, maconha, LSD, lança-perfume, crack, heroína, anfetaminas, alucinógenos, estimulantes, etc) e excessos em geral, além de muita violência e imoralidade. Nas luzes dos refletores e câmaras de TVs são focados os corpos desnudos das mulheres.

Pois quando éramos controlados pela carne, as paixões pecaminosas despertadas pela Lei atuavam em nosso corpo, de forma que dávamos fruto para a morte. (Romanos 7:5)

Comportemo-nos com decência, como quem age á luz do dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não em desavença e inveja. Ao contrário, revistam-se do Senhor Jesus Cristo, e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne. (ROMANOS 13:13-14)

Quem vive segunda a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja, mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz; a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à Lei de Deus, nem pode fazê-lo. Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus. (ROMANOS 8:5-8)

Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para obedecerdes as suas concupiscências; (Romanos 6:11,12)
Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.

Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais também uns aos outros. Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. (Gálatas 5:13-16)

Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. (Gálatas 6:8)

Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma. (1 Pedro 2:11)

Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. (Judas 1:7)

O que a Bíblia diz a respeito do carnaval?

A criação humana tem duas naturezas: a natureza divina que é o espírito e a natureza terrena que é ó corpo ou a carne. Na carta aos Gálatas 15.17, o apóstolo Paulo diz: “a carne cobiça contra o espírito, e o espírito contra a carne, estes se opõem um contra o outro”.

O espírito inclina-se para as coisas celestiais e a carne para as coisas terrenas. O homem que está se divertindo no carnaval passa a ser uma pessoa carnal, isto quer dizer que ele está andando segundo a carne. No decorrer do texto no verso 16 da mesma carta aos Gálatas Paulo ainda diz: “Andai em Espírito e não cumprireis concupiscência da carne”. O Senhor Deus ensina o homem a andar segundo os moldes de Sua Palavra e toda a Bíblia Ele adverte o homem a andar segundo Espírito e não segundo carne.
Segundo a Bíblia Sagrada o homem que anda nas festas carnavalescas, ou seja, na bagunça de sua carne, torna-se inimigo de Deus e contra a Sua Palavra.

“Porque os que estão segundo a carne, inclinam-se para as coisas da carne, mas os que estão segundo o espírito, para as coisas do espírito”. “Porque a inclinação da carne é inimizade contra Deus”, pois não é sujeita á lei de Deus, nem, em verdade, pode ser. Porquanto, os que estão na carne, não podem agradar a Deus” (Romanos 8.5, 7, 8).

Quais as recompensas positivas que você pode tirar do carnaval? Acredito que não encontrará nenhuma. Como em todos os tempos e lugares, no Brasil a festa é portadora de nefastas conseqüências ao indivíduo, à família, e à sociedade. Todos os anos o governo brasileiro distribui milhares de camisinha para os foliões isto para provar que o carnaval é uma festa de promiscuidade. Nestes dias a humanidade cai em maiores depravações jamais vistas; prostituições, drogas, bebedices, adultérios, suicídios, assaltos, roubos, jovens grávidas, estupros, homossexualismo, lesbianismo, entre outras imoralidades. Quantas mortes e assassinatos acontecem nestes dias? Essas são as recompensas do carnal.

Se o carnaval é cultura e para muitos uma festa sagrada, porque então as autoridades e educadores estão distribuindo camisinha e seringa descartável para os foliões? É uma festa sadia ou é a bagunça da carne?

O carnaval leva o homem para a morte e condenação, mas o Espírito leva o homem para o Calvário, para Jesus o Filho de Deus. “… nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito” (Romanos 8.1). Como você está andando? Segundo o Espírito ou segundo a carne?

O carnaval é à volta das religiões pagãs e de maneira alguma deveria estar justaposta ao período da quaresma que começa com a Quarta-feira de cinzas. Lamentavelmente é que criaturas que se dizem cristãs festejem o carnaval, ressurgimento do paganismo de priscas eras e responsável pelos danos e efeitos morais para homens, mulheres, jovens de ambos os sexos, também crianças. Pelo exposto, carnaval é festa religiosa que se contrapõe ao cristianismo verdadeiro. A festa carnavalesca é culto imerecido ao falso deus Momo que constitui ofensa à pessoa do Deus vivo Criador e verdadeiro.

O carnaval é pecado e a Bíblia diz que o pecado gera a morte: “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6.23) E no capítulo 8 e verso 6 de Romanos Paulo diz: “Portanto a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz”. E no verso 13 Paulo continua a dizer: “Porque se viverdes segundo a carne morrereis, mas se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”.

Deus não tem prazer na morte e condenação do pecador, mas que todos venham ao arrependimento, por isso Ele enviou Seu Filho Jesus, não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele. Portanto a salvação de tua alma depende só de você, da tua escolha; Vale a pena você ganhar o mundo inteiro e perder a salvação de sua alma?

A palavra de Deus é totalmente contra essa festa da carne. Não só podemos como devemos evitar estar perto de festas carnavalescas. Afaste-se!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Cães e Porcos Espirituais - Uma análise de Mateus 7: 6

"Não deis o que é sagrado aos cães, nem jogueis aos porcos as vossas pérolas, para que não as pisoteiem e, voltando-se, vos façam em pedaços". Mateus 7:6

Jesus estava praticamente finalizando o Sermão do Monte quando proferiu essas palavras. Mas do quê ele estava falando?
Cães? Porcos?
O uso de animais nessa passagem, como em outros lugares das Escrituras, é comum para representar as características espirituais de certas pessoas:
Herodes foi comparado a uma raposa (Lc 13:32)
Ele chamou Herodes de raposa (Lucas 13:32) e os fariseus de “serpentes, raça de víboras” (Mateus 23:33).
Os fariseus eram "serpentes" (Mt 23:33)
Seus seguidores foram chamados de ovelhas (João 10:27).
Ovelhas representam o povo de Deus cujo pastor é Jesus (Jo 10:27)
Líderes que abusam das suas posições são chamados de lobos devoradores (Mateus 7:15).
"Lobos devoradores" são líderes que abusam no exercício do ministério (Mt 7:15)
O diabo é descrito como dragão e serpente (Apocalipse 12:9).
"Dragão" representa satanás (Ap 12)

Há cães espirituais neste mundo, ou seja, pessoas que simplesmente não apreciam o valor das coisas espirituais. Jesus disse que não se deve forçar o evangelho sobre tais pessoas. Por mais que queiramos guiar uma pessoa ao Senhor, não podemos obrigar ninguém a obedecer a Deus. Jesus usou uma linguagem mais clara para falar do mesmo assunto quando enviou os apóstolos para pregar:
“Se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés” (Mateus 10:14).
"Sacudir o pó dos pés" era um costume dos israelitas ao retornar de terras pagãs. Significava o desprezo por aquele povo (confira em At 13:51). Uma interpretação mais severa para esse gesto é o julgamento divino contra aqueles que não querem e nem aceitam o projeto de redenção do Pai anunciado por Jesus Cristo.

Hoje em dia, precisamos fazer a mesma coisa quando ensinamos o evangelho. Para aqueles que estão famintos e sedentos de justiça, devemos dar todas as oportunidades para aprenderem a vontade de Deus. Mas aqueles que já mostraram sua falta de interesse nas coisas espirituais não devem e não podem ser forçados a obedecer. Admoestações constantes, mesmo bem intencionadas, não transformarão um cão em um cordeiro.
Resumindo....
NÃO ADIANTA EXPLICAR QUANDO O OUTRO ESTÁ DECIDIDO A NÃO ENTENDER.

"O deus desta presente era perversa cegou o entendimento dos descrentes, a fim de que não vejam a luz do Evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus".
2 Coríntios 4:4

"Mas, embora tivesse realizado tantos milagres diante deles, não creram em Jesus, para cumprir a palavra do profeta Isaías, que disse: (...) “Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos nem entendam com o coração, nem se convertam e Eu os cure."
João 12:37-40

No entanto, o apóstolo Paulo nos deixa uma importante tarefa a cumprir:
"Eu te encorajo solenemente, na presença de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, por ocasião da sua manifestação pessoal e mediante seu Reino: Prega a Palavra, insiste a tempo e fora de tempo, aconselha, repreende e encoraja com toda paciência e sã doutrina. Porquanto, chegará o tempo em que não suportarão o santo ensino; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, reunirão mestres para si mesmos, de acordo com suas próprias vontades. Tais pessoas se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos. Tu, no entanto, sê equilibrado em tudo, suporta os sofrimentos, faze a obra de um evangelista e cumpre teu ministério."
2 Timóteo 4:1-4

Graça e Paz.