domingo, 16 de julho de 2017

A IGREJA QUE COBRA DÍZIMO PODE PERTENCER À DEUS? PARTE I

Alguns ministros religiosos, ao aceitarem falsos princípios, afastam-se da realidade do Evangelho e passam a valorizar mais seus dogmas de doutrina do que a própria Palavra de Deus.
E Deus, então, para coibir tal heresia dentro de Sua Igreja, trata de corrigi-los.

Alguns defensores do dízimo têm me feito a seguinte pergunta: “muitas das igrejas que cobram dízimo têm sido reconhecidas pelo Espírito Santo (segundo a Sua operação no seu interior), como igrejas de Deus, juntamente com seus obreiros; poderia, então, uma obra de maneira errada ser praticada por uma Igreja de Deus?
Como você explica isto?”.
Então eu, em resposta a estes, posso afirmar, pela correta interpretação que recebi da parte de Deus (pelo Espírito Santo que me foi dado), que, sem dúvida e isento de hipocrisia, também reconheço que muitas das igrejas que cobram dízimo são igrejas de Deus, e inclusive seus ministros; porém, isto não significa que tais ministros não estejam errando nesta área!

Quando Deus repreende Seus obreiros, é exatamente pelo fato de existir erro dentro de Sua Igreja.
As sete igrejas da Ásia, as quais Jesus enviou cartas através do apóstolo João, também eram igrejas de Deus, e inclusive seus ministros, porém, cinco delas receberam fortes repreensões da parte de Jesus por algumas das suas obras não terem sido achadas corretas diante de Deus.

E as igrejas, cujas cartas continham repreensões da parte de Jesus, foram advertidas para que seus ministros se corrigissem dos seus erros e permanecessem em pé diante de Deus.

Observemos a carta à Igreja de Éfeso:
Apocalipse 2. 1-7
“1 Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, e anda no meio dos sete castiçais de ouro:
2 Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos.
3 E sofreste, e tens paciência, e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste.
4 Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.
5 Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.
6 Tens, porém, isto: que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.
7 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.”
        
É claro que o erro da Igreja de Éfeso não tinha nada a ver com o dízimo; até porque sabiam, de primeira mão, que não deveriam cobrar dízimo; mas, o que podemos observar é que era uma Igreja de Deus e seu ministro também; tanto que todas as suas obras estavam corretas diante de Deus, com exceção de uma.

E foi por esta única obra que não estava agradando a Deus, que Jesus estava tomando providência contra o seu ministro (o anjo da Igreja), para livrar o seu povo de uma queda espiritual.
Quanto ao erro da cobrança do dízimo nas igrejas de hoje, nota-se que nestes últimos tempos Deus tem tomado providências para corrigir seus ministros que praticam essa indevida cobrança.

O DÍZIMO NÃO É UMA COBRANÇA?

Muitos defendem a prática do dízimo no cristianismo, afirmando erroneamente que o dízimo não é uma cobrança (não é um pagamento obrigatório), mas sim uma contribuição voluntária.

Mas isto não é verdade. O dízimo não seria uma cobrança, se não fosse acompanhado de influência espiritualmente legalista; mas esta não é a realidade de sua prática, pois se tratando de dízimo, já é, obviamente, prefixado 10% e cobrado sob o rigor da Lei.

Quem convive no meio evangélico sabe disto. Eu, por exemplo, ao longo dos anos que sirvo a Deus, venho acompanhando a atitude de algumas lideranças religiosas em relação à prática do dízimo, e presenciando constantes pressões que são feitas em relação a essa cobrança, as quais têm, na verdade, avaliada as qualidades espirituais dos seus fiéis pelo pagamento de dízimo.

Ao invés de ensinarem o povo a amar a obra de Deus, ou seja, a contribuir inspirado pelo amor, acham mais fácil e confortável (para si mesmos) ensinarem o povo a ter medo das ordenanças do Antigo Pacto, sob ameaça da maldição da Lei, levando o povo a contribuir para sentir o alívio de um peso obrigatório (para o resgate de uma dívida para com Deus), rejeitando assim o que foi estabelecido pelo Espírito da Graça.

A verdade é que, a maioria das igrejas fecha as portas de seu convívio espiritual para aqueles que não derem no mínimo 10% de suas rendas.
Para confirmação de tudo isto, observe o que nos últimos tempos estão ensinando em relação ao cristão que não pode pagar o dízimo, ou que por fidelidade ao Espírito da Graça não for dizimista:

1º: Está roubando a Deus.

2º: É amaldiçoado.

3º: Não pode estar em comunhão com o povo de Deus.

Diante de tudo isso, muitos ainda têm a coragem de dizer que isto não é uma cobrança. A verdade é que, nas entrelinhas, a mensagem da pregação do dízimo é esta: “Não é obrigatório, mas espontâneo, porque você tem livre escolha: dar o dízimo, ou viver em maldição”.
Conclusão: o dízimo é, com certeza, cobrado pelo rigor da Lei, mas aplicado no cristianismo sob o disfarce de contribuição voluntária.
A cobrança do dízimo no cristianismo é um jugo que tem causado sofrimento e angústia para muitos cristãos, e até tem impedido que muitas pessoas se integrem à Igreja.

Muitos, ao crerem no Evangelho, não se aliam às igrejas por causa do dízimo, isto é, por não sentirem espiritualidade na sua cobrança; enquanto outros se desintegram das igrejas por não resistirem tal carga nos seus ombros.
Esse jugo tem feito com que muitos cristãos enfraqueçam na fé; pois quando alguém encontra impossibilidade de apurar os 10% do que ganha para poder contribuir em forma de dízimo, o tal é reputado, pelos pregadores de dízimos, como ladrão e amaldiçoado.

Pois ganhando pouco e procurando saldar seus compromissos para manter sua honestidade social e sua integridade espiritual, nem sempre consegue levar aos seus líderes os 10%, mesmo sentindo no coração grande desejo de contribuir.

Impossibilitado de levar esse valor, deseja levar o que pode, mas é impedido pelo pregador legalista que diz que 10% deve ser o mínimo, e que seria injusto levar menos, apontando para a Ordenança da Lei do Antigo Pacto mencionada em Malaquias 3.8-10, para dizer que o tal é ladrão e amaldiçoado.

Então este cristão acaba não levando nada; e quando vai orar, aquela acusação do pregador soa injustamente nos seus ouvidos: “Você é ladrão e amaldiçoado”, desanimado na fé e julgando-se sem condição de servir a Deus, acaba se desintegrando da Igreja.

Porém, tais pregadores, com certeza, vão prestar contas com Deus pelo prejuízo espiritual que têm causado à vida desses cristãos, pois nesse sentido, o apóstolo Paulo expressamente declara:
“Aquele que destruir o templo de Deus que sois vós, Deus o destruirá” (1 Co 3.17).
Portanto, pregadores de dízimos, não destruam por causa do dinheiro aqueles por quem Cristo morreu.
Temos acima um real exemplo do pobre que vive oprimido por não conseguir apurar 10% do seu salário (o dízimo) para cumprir a exigência de seus respectivos líderes.

Pois é natural que a contribuição cristã, ordenada em forma de dízimo, causa opressão aos pobres. E aí, é quando essa indevida cobrança ameaça o cumprimento das profecias de libertação da opressão da Lei, como:
1º) “Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre ele, a vara que lhe feria os ombros e o cetro do seu opressor, como no dia dos midianitas” (Isaias 9.4).
2º) “O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos” (Isaias 61.1).
3º) “Por causa da opressão dos pobres e do gemido dos necessitados, me levantarei agora, diz o Senhor; porei em salvo aquele para quem eles assopram” (Salmos 12.5).
         4º) “mas julgará com justiça os pobres” (Isaias 11.4).
5º) “então, ao Senhor trarão ofertas em justiça” (Malaquias 3.3).

Se os cobradores de dízimos procurassem amar um pouco mais a igreja de Deus, certamente não agiriam com ameaças de maldição, mas abençoariam a igreja ao contribuir com qualquer percentual.

Deixariam de operar pelo Ministério da Letra, chamado também de Ministério da Condenação, e operariam pelo Ministério do Espírito, que dá vida e paz aos que com um coração puro aceitam a Graça de Cristo para remição dos seus pecados, e agora, dentro de suas possibilidades, querem contribuir, levando à obra de Deus com alegria e propósito de coração, o que podem ajuntar, conforme a orientação do apóstolo Paulo:

“o que puder ajuntar, conforme sua prosperidade” (1Co 16.2). E ainda:
“Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem, e não segundo o que não tem” (2Co 8.12).
Os legalistas do dízimo, que não conhecem totalmente a verdade do Evangelho e a integridade da Graça de Cristo, preferem dizer que aquele que dá menos de 10% é ladrão e amaldiçoado.

Confiam mais no Ministério da Letra do que no Ministério do Espírito.

Mas, veja o que está escrito: “O qual nos fez também capazes de ser ministros de um Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata e o Espírito vivifica” (2 Co 3.6).

Paz seja com todos!

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